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Alguém disse uma vez: São as boas garotas que escrevem em diários. As más garotas nunca têm tempo. Eu? Eu apenas quero viver uma vida que irei lembrar. Mesmo que eu não escreva tudo.

Brooke Davis - One Tree Hill


É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem saber ver.

Gabriel Garcia Marquez

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Chiquinha Gonzaga


Compositora de música popular nascida no Rio de Janeiro, RJ, criadora de Abre alas! (1899), a primeira marcha carnavalesca brasileira e sucesso até os dias de hoje. Filha natural de Rosa Maria de Lima com o militar de carreira José Basileu, que mesmo sob forte pressão da família, assumiu a criança e a registrou como sua filha e deu-lhe rigorosa educação. Aprendeu a ler e a escrever, fazer contas e, principalmente, tocar piano, e a música tornou-se sua grande paixão. Estudou regência e iniciou a carreira (1858) como compositora de polcas, muito apreciadas na época. Na então sociedade patriarcal, seguindo a vontade de seu pai casou-se (1863), com apenas 16 anos, com Jacinto Ribeiro do Amaral, de 24 anos.

Esse casamento não podia dar certo e a separação foi a única saída. Foi expulsa de casa por seu pai, que, a partir daquele momento, renegou sua paternidade. Com o filho João Gualberto ainda no colo, ela partiu em busca de uma nova vida e assim encontrou-se com o meio boêmio carioca, onde deslanchou sua vocação artística. Compôs partituras para peças teatrais, operetas e revistas com relativo sucesso, totalizando cerca de oitenta partituras para teatro musicado e mais de duas mil peças menores.

Participou ativamente na luta pelo direito autoral e participou da campanha abolicionista, atitudes que a tornaram alvo dos preconceituosos da época. Autora de numerosa e variada obra musical que contribuiu para fixar o cancioneiro popular brasileiro com maxixes, modinhas e o nascente samba urbano. Essa compositora também teve o mérito de aproximar a música erudita da popular e foi uma das primeiras a introduzir o violão nos salões cariocas. Morreu no Rio de Janeiro e sua prodigiosa vida foi representada por uma minissérie na Rede Globo de Televisão (1999).

Figura copiada do BRAZILIADA TEAM:
http://braziliada.ru/musicians/ 

Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/

Lamartine Babo nascimento 10/01/1904 falescimento 16/06/1963



Carioca, nasceu em uma família amante da música, o que o ajudou a se tornar um dos mais importantes compositores do Brasil. Chegou a compor algumas operetas e peças de teor sacro na juventude, quando trabalhava como office boy e freqüentava as galerias do Teatro Municipal. Nos anos 20 saía com blocos de carnaval, e passou a colaborar com diversos pseudônimos em revistas satíricas e humorísticas, graças à sua capacidade de fazer trocadilhos e piadas. Ingressou no rádio em 1929, fazendo sketches e contando piadas, e no ano seguinte estreou seu próprio programa, Horas Lamartinescas. Na década de 30 compôs as marchinhas de carnaval mais populares até hoje: "O Teu Cabelo Não Nega", "Linda Morena", "Cantores do Rádio" (com João de Barro/ A. Ribeiro), "Marcha do Grande Galo", "A-E-I-O-U" (com Noel Rosa), "Grau Dez" (com Ary Barroso), "Uma Andorinha Não Faz Verão" (com Braguinha), "Canção pra Inglês Ver" (regravada pelas Frenéticas), "Chegou a Hora da Fogueira", "Hino do Carnaval Brasileiro", "História do Brasil", "Isto É Lá com Santo Antônio", "Noites de Junho". Sua produção é vastíssima no gênero em que foi mestre, mas Lalá (como era conhecido) também fez obras-primas no samba, como "No Rancho Fundo" (com Ary Barroso), "Lua Cor de Prata", "Voltei a Cantar", "A Tua Vida É um Segredo", "Serra da Boa Esperança", "Só Dando com uma Pedra Nela", e até valsas, como "Eu Sonhei que Tu Estavas Tão Linda" (com Francisco Mattoso), regravada pelo roqueiro Erasmo Carlos. Além disso, Lamartine - que tinha uma forma caricata de cantar acompanhando-se num trombone de boca - compôs hinos para os principais times de futebol cariocas: de seu América de coração aos hinos do Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco.
 
 
O Compositor Lamartine Babo nasceu no Rio de Janeiro, no dia 10 de Janeiro de 1904, ano da fundação do América. Tijucano e americano fanático, Lamartine protagonizou cenas memoráveis como o desfile que fez em carro aberto pelas ruas do centro do Rio, fantasiado de diabo, comemorando o último campeonato do América em 1960.

Mesmo tendo sido um leigo em técnica musical, Lamartine criou melodias maravilhosas, resultantes de seu espírito inventivo e altamente versátil. Começou a compor aos 14 anos - a valsa "Torturas do Amor" e, aos 16 anos, compõe a opereta "Cibele". Quando foi para o Colégio São Bento dedicou-se a músicas religiosas.

Porém, foi através das marchinhas carnavalescas, cantadas até hoje, como O Teu Cabelo Não Nega, Grau 10, Linda Morena, e A Marchinha do Grande Galo, que o seu nome se tornou mundialmente conhecido como o Rei do Carnaval. Em suas letras, predominavam o humor refinado e a irreverência.
Como poucos, Lamartine alcançou os dois extremos da alma brasileira: a gozação e o sentimento. Fez também a maioria dos hinos dos grandes times de futebol - sendo o primeiríssimo em seu coração o América.

Lamartine Babo, o Lalá, era uma das pessoas mais bem humoradas e divertidas de sua época, não perdendo nunca a chance de um trocadilho ou de uma piada. Em uma entrevista afirmou "Eu me achava um colosso. Mas um dia, olhando-me no espelho, vi que não tenho colo, só tenho osso". Numa outra, o entrevistador pergunta qual era a maior aspiração dos artistas do broadcasting, Lalá não vacila: "A aspiração varia de acordo com o temperamento de cada um... Uns desejam ir ao céu... já que atuam no éter... Outros ‘evaporam-se’ nesse mesmo éter... Os pensamentos da classe são éter... ó... gênios..." - valeu-lhe o título de O Pior Trocadilho de 1941.

E aconteceu também o caso dos correios: Lalá foi enviar um telegrama, o telegrafista bateu então o lápis na mesa em morse para seu colega: "Magro, feio e de voz fina". Lalá tirou o seu lápis e bateu: "Magro, feio, de voz fina e ex-telegrafista"

Sua primeira marchinha gravada, foi a divertida "Os Calças-Largas", em que Lamartine debochava dos rapazes que usavam calças boca-de-sino. Em 1937, com a censura imposta pelo Estado Novo de Getúlio Vargas, carnavalescos irreverentes como Lamartine Babo ficaram proibidos de utilizar a sátira em suas composições. Sem a irreverência costumeira, as marchinhas não foram mais as mesmas.

Em 1951, aos 47 anos, Lamartine Babo, que nunca tivera sorte no amor, casou-se, enfim. Morreu vitimado por um enfarte, no dia 16 de Junho de 1963, deixando seu nome no rol dos grandes compositores deste país. Seu amigo e parceiro João de Barro, o popular Braguinha, disse certa vez: "Costumo dividir o carnaval em duas fases: Antes e depois de Lamartine".
 
Saiba mais e ouça trechos de Lamartine em:
http://puccamp.aleph.com.br/marchcar/lamartine.html

sábado, 25 de fevereiro de 2012

O Museu de Arte de São Paulo (MASP) recebe a exposição Roma – A Vida e os Imperadores.

MASP recebe exposição sobre Império Romano


Cabeça colossal de Júlio César - Arquivo Museu Nacional de Nápoles (Foto: Divulgação/MASP)
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A mostra é composta por um acervo de mais de 300 peças vindas dos mais tradicionais museus da Itália, como Museu Arqueológico Nacional de Florença, o Museu Nacional Romano, o Museu Nacional de Nápoles, o Antiquário de Pompeia, o Museu Arqueológico de Fiesole e a Galeria Uffizi. Esta é a primeira vez que as obras saem do país.
Segundo o MASP, “o desafio é recontar a trajetória do povo e dos imperadores romanos no período tardio da República e primeiros séculos do Império Romano por meio da arte, da arquitetura triunfal, das cerimônias de poder, da vida cotidiana, das célebres conquistas e da opulência do Império.”
Guido Clemente, professor de História Romana da Universidade de Florença, é quem assina a curadoria da exposição, que segue em cartaz até 1º de abril.
Mais informações no site do MASP.
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Museu realiza programação inédita em homenagem aos 50 anos da morte de Portinari


Museu Casa de Portinari elaborou uma programação inédita em tributo ao pintor
No ano do cinquentenário da morte de Candido Portinari (1903-1962), o Museu Casa de Portinari, instituição da Secretaria da Cultura administrada em convênio com a ACAM Portinari, elaborou uma programação inédita em tributo ao pintor. De 6 de fevereiro a 21 de abril serão desenvolvidas atividades paralelas a primeira exposição das obras "Guerra e Paz" restauradas, que ocorre no mesmo período no Memorial da America Latina, em São Paulo.
"É uma honra para a Secretaria da Cultura lembrar o meio século da morte de Cândido Portinari com atividades gratuitas no museu que leva o nome do artista. E após cinqüenta e quatro anos, apoiar a exposição dos painéis Guerra e Paz em São Paulo, dando a oportunidade ao público paulista de apreciar a obra", ressalta o secretário da Cultura, Andrea Matarazzo.
Entre as principais atrações da "Homenagem ao Cinquentenário da Morte do Artista" está a exibição de um documentário sobre a história da produção das obras "Guerra e Paz", feito pela EPTV Ribeirão Preto e apresentado em forma de série no telejornal local, em maio de 2011. O evento conta ainda com a exibição de réplicas dos painéis no ateliê do artista, a apresentação de objetos que fazem referência aos murais, como livro, selos e cartões postais, e uma projeção dos estudos feitos por Portinari para a confecção das obras.
"A programação dá ao público de Brodowski e região a oportunidade de conhecer e refletir sobre uma das mais importantes obras do pintor, uma vez que o público do interior encontra dificuldades de ir até os grandes centros, onde os painéis restaurados estarão expostos. Essa ação do Museu Casa de Portinari também faz com que os visitantes participem de uma das homenagens prestadas ao artista em seu cinquentenário de morte", explica a gerente do museu, Cristiane Maria Patrici.
Os painéis Guerra e Paz estão entre os principais trabalhos de Portinari e foram encomendados ao artista pelo governo brasileiro, em 1952, como um presente para a sede da ONU em Nova York (EUA).
Gratuita e destinada a todos os públicos, a atividade, além de homenagear o pintor Candido Portinari, tem como intuito conquistar novos apreciadores para as obras do artista brodowskiano. As atividades acontecem de terça-feira a domingo, das 9h às 17h. O museu está localizado na praça Candido Portinari, nº 298 - Centro. Mais informações pelo telefone (16) 3664-4284.



Homenagem ao Cinquentenário da Morte do Artista
Período: de 6/2 a 21/4/2012
Local: Museu Casa de Portinari (praça Candido Portinari, n° 298, Centro - Brodowski/SP)
Horário: das 9h às 17h
Informações: (16) 3664-4284
Entrada: gratuita
http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lenoticia.php?id=217630

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Arte e Crítica ( José Rosário)

PABLO PICASSO: Guernica - 3,49 x 7,76 m
Casa del Buen Retiro, Madri
A capital basca de Guernica foi bombardeada brutalmente
pelos aliados alemães de Franco. Esse trabalho é a imagem
da desumanidade do homem contra seus iguais. Picasso precisou
sentir o que fazia para se exprimir com tanta veracidade.

Todo artista é, impreterivelmente, um formador de opinião. Isso pode ocorrer de forma intencional, como da maneira mais involuntária possível.
Cada obra carrega consigo uma mensagem que ultrapassa o objeto em si. Seja por protesto, por homenagem, puro saudosismo ou por apenas uma fração interior do artista que foi revelada, a obra sempre diz muito mais do que mostra. Ela é uma visão no sentido mais amplo da palavra.
A obra é uma visão interior porque primeiro ela passa pelo filtro da memória de quem a executou. A bagagem cultural assimilada pelo artista até a data de sua execução é que determina quanto de sua visão interior está inserida na visão do mundo que o cerca.
A obra é também uma visão compartilhada porque quem a observa, também entenderá dela, aquilo que sua bagagem cultural permite entender. Leonardo Boff, no excelente livro “A águia e a galinha”, diz sobre isso de uma maneira até poética: “Todo ponto de vista é a vista de um ponto”. É impossível entender e sentir com os sentidos dos outros. Cada pessoa tem a sua visão e a interpreta da maneira que lhe é possível.

SALVADOR DALI - A Apoteose de Homero
Homero foi um grande escritor da antiguidade grega. Era
cego, mas fazia com que todos enxergassem um novo mundo 
através do que pensava e dizia. É impossível entender essa 
obra de Dali sem conhecer um pouco de Homero.

Além da bagagem cultural para análise de uma obra, há ainda o estado emocional, tanto de quem a fez quanto de quem a observa. Tristeza, raiva, opressão, medo... Todos os sentimentos podem ajudar ou atrapalhar a execução e o entendimento de uma obra. É que, como falou Drumond: “A gente põe nas coisas as cores que tem por dentro”.

CARLOS DRUMOND DE ANDRADE: "A gente põe nas coisas,
as cores que tem por dentro"

Uma “Guernica”, de Pablo Picasso, certamente não teria a força impactante que tem se tivesse sido concebida em outra época. A questão social que tanto tocou o artista, ganhou força e se tornou um protesto perfeito para o momento em que a obra foi executada.
Assim sendo, julgar e analisar uma obra, sem se inteirar de toda a situação social da época em que foi feita, bem como a inclusão do artista no contesto social de quando a executou é, no mínimo, injusto. Ser crítico de uma obra ou estilo, sem a visão holística que eles precisam, faz do crítico, vítima daquilo que ele mais contesta: um simples ponto de vista.
Quem é “o” crítico de arte? Poderíamos dizer que é uma pessoa que interpreta e socializa uma obra para outras pessoas. Num passado mais distante, poucas eram as pessoas que tinham acesso à arte como consumo e propriedade. Eram geralmente os mais abastados financeiramente, e por isso, os que tinham um maior grau de instrução, pois, eram os únicos que conseguiam estudar. Com a revolução industrial, uma fatia maior da população começou a ter acesso a coisas que antes não tinha. Só que a melhor condição financeira não veio proporcional à condição cultural. Não era de se assustar que novas pessoas ricas nem sabiam ler direito. Com a arte sendo acessível a mais uma grande parte da população, ela precisava de alguém que a explicasse. Foi quando surgiram os primeiros críticos de arte. Ditos como os “tradutores” das obras. Eles explicavam o que os olhos comuns não conseguiam ver. Eram por isso, considerados grandes intelectuais, que tinham o poder de fazer entender o que muitos não conseguiam.
Por um bom tempo isso pode até ter funcionado. É que antes, os poucos estilos não se diversificavam tanto. Uma obra precisava muito mais de uma interpretação, do que necessariamente de uma crítica. Alguém que destrichasse a obra em porções plausíveis de entendimento. Não se esqueça que a interpretação de uma obra, por mais criteriosa que possa ser, ainda é a visão individual de alguém que sente e se emociona.
Com o decorrer do tempo e o surgimento cada vez mais crescente de estilos, fazer arte se tornou o jardim individual da liberdade de expressão. Nos tempos atuais, qualquer um se dá o direito a “inventar” um estilo qualquer. Hoje, o que parece contar não o que tenha algo a dizer, mas sim, o que é novidade, o que nunca foi feito por ninguém, e o que é pior, o que tenha mais força na mídia para se impor como objeto de consumo. No afã de criarem uma arte nova estão cada vez mais destruindo a arte. Não estou negando aqui todos os benefícios que trouxeram movimentos como o Impressionismo, o Surrealismo e o Abstracionismo. Abriram as fronteiras do que se pode fazer, mas, não destruiram a essência da arte.
Desconfio muito de uma arte sem parâmetros, mais ainda de críticas, que já não precisam medir ou explicar nada. Se há liberdade para fazer, também há liberdade para entender. O crítico de arte, hoje, se tornou a peça menos importante possível. Se cada um se dá o direito de “criar” aquilo que bem quiser, cada um tem o direito de entender aquilo também como bem quiser, não precisando mais de tradutores. Se antes o crítico era o conhecedor histórico e cultural que tanto auxiliava na interpretação de uma obra, hoje se tornou apenas alguém com um ponto de vista exótico. Alguém que é humano e que sofre todas as influências como qualquer ser humano, alguém que sente e que avalia aquilo que está a sua frente apenas como qualquer outro, de seu ponto de vista.
Não poderia terminar esse texto sem citar Ferreira Gullar, que é alguém com uma lucidez incomparável do que é verdadeira arte: “A verdadeira arte tem o poder de nos reconduzir ao mundo fascinante que só existe nela – tessitura de cores e de matéria, de tons e meio tons, que vibram como sons, que nos estimulam o olfato, que engendram sabores imaginários, enfim, uma tessitura de sensações e significações, de matéria percebida ou sonhada, envolvendo a simbólica geral do corpo e do espírito”.

JOSÉ ROSÁRIO - Se não cuidarmos, restará apenas propaganda
Óleo sobre tela, 80 x 120
Acervo de Ildeu Franco, Belo Horizonte
Toda obra é formadora de opinião e cada pessoa absorve
de cada obra, aquilo que seu conhecimento permite.