A folia dos Santos Reis é formada por um grupo de
pessoas (cantores e instrumentistas) que realizam anualmente visitas rituais às casas de
devotos durante o período de festejos natalinos, geralmente compreendido entre 25 de
dezembro e 6 de janeiro, distribuindo bênçãos em troca de donativos. Ao final deste
ciclo de visitações, os grupos celebram uma grande festa em louvor aos Magos do
Oriente: Melquior, Baltazar e Gaspar. Nesse contexto social e ritual, dois objetos
desempenham um papel crucial: a bandeira dos santos reis e as máscaras dos
“palhaços”, personagens fundamentais nessas festividades.
A bandeira pode ser inicialmente descrita como um suporte sobre o qual são
fixadas imagens de santos católicos e representações pictóricas de narrativas bíblicas.
Pode ser ainda definida, sumariamente, como uma espécie de estandarte que ostenta as
imagens dos santos padroeiros e, ao mesmo tempo, identifica uma associação de
pessoas organizadas em seu entorno. Guardando entre si consideráveis diferenças
formais, as bandeiras aproximam-se de outros objetos que ocupam lugar semelhante em
seus contextos particulares, entre os quais poderia citar: altares móveis, registros,
esculturas de santos, coroas etc., objetos estes que têm ainda em comum o fato de serem transportados espaço-temporalmente por determinadas pessoas. Todos esses objetos,
reservadas suas particularidades, desempenham função central em sistemas rituais,
precisamente por serem tidos como dotados de valores e poderes extraordinários.
A máscara é usada por um personagem das folias, comumente chamado de
palhaço ou bastião. O palhaço é um tipo marcadamente liminar, cômico e ambíguo, e
sua máscara, de aparência grotesca, opera poderosas transformações. No contexto ritual,
a máscara é indissociável de seu proprietário.
Etnograficamente, a bandeira e a máscara se insinuam enquanto símbolos
dominantes e, em grande medida, se apresentam de forma complementar, estendendo-se
ao plano das ações sociais e rituais. Mas, se por um lado esses objetos se opõem numa
relação de polaridade, por outro, eles se aproximam.
Daniel Bitter
http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/A%20bandeira%20e%20a%20m%C3%A1scara.pdf
Finalizada
Parabéns! Lindo o seu trabalho...
ResponderExcluirMaravilhoso perfeito
ResponderExcluirBom dia,quanto vc cobra para fazer uma bandeira dessa?
ResponderExcluir