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Nefertiti e Antinoo |
O uso de cosméticos tem raízes nas grandes civilizações passadas, principalmente entre as mulheres aristocráticas. E as pesadas e exageradas maquiagens das prostitutas já serviam de escárnio e críticas.
Conforme o clima (Egito, quente e seco) e a infraestrutura (termas romanas), banhos eram populares e faziam parte da higiene diária.
Mesopotâmia: em suas faces, as babilônicas usavam pó em tom vermelho claro e as sumérias preferiam amarelado. Babílônios e assírios lavavam seu corpo por inteiro só em ocasiões especiais. Homens assírios cultivavam longos cabelos e barbas.
Egito: combatiam o clima seco com com óleos e pós. Maquiagem negra nas sobrancelhas e cílios, verde na linha inferior, pó vermelho escuro para o rosto e batom. Os materiais usados eram misturas de minerais (galena, hematita, malaquita), óleos vegetais e gordura animal. Por razões climáticas os egípcios (não escravizados) tomavam banhos diários. Usavam minerais na água para a limpeza corporal e untavam o corpo com óleos para impedir seu ressecamento. Os homens raspavam todos seus pelos e usavam perucas. Mulheres cultivavam seus cabelos, mas também usavam perucas.
Grécia: possuía afamada e sofisticada fabricação de frascos (vidro e pedra) para perfumes, principalmente as de alabastro. Em algumas cidades-estado, mulheres usavam maquiagem em excesso e eram muito criticadas. Outras gostavam de peles alvas e rosadas, usando o pó de arroz complementado com ruge e rímel. Este povo também maquiava suas estátuas sagradas para humanizá-las. Atletas se bezuntavam de óleos e pós para determinados esportes. Já os homens espartanos tinham longos cabelos, não usavam perfumes e baniram perfumistas de Esparta.
Roma: herança grega, a vaidade romana não conheceu limites. Romanos eram fascinados por banhos, usavam perfume em todo corpo e borrifava-o nas visitas. Alguns perfumes valiam mais que o ouro. Em seu império o consumo, fabricação e comércio dos cosméticos atingiram níveis nunca vistos. Foram reduzindo à medida que o o cristianismo foi crescendo - cristãos consideravam os prazeres do corpo como pecado da luxúria. Houve um declínio da sofisticada indústria cosmética da Antiguidade durante a Idade Média. Sua recuperação aconteceu séculos depois com a retomada do Humanismo na Renascença.
Fonte: "Romanos se banhavam; babilônicos, nem sempre" e "Museu Israel recria história da vaidade" - Ricardo Bonalume Neto.
Folha de São Paulo: 22/12/1989, página H6.
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Terma romana - Bath, Inglaterra |
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